Um dos grandes problemas da política neoliberal — à qual se alinha todo o espectro da direita — é submeter os direitos fundamentais à lógica capitalista do máximo lucro com o mínimo custo. A tendência natural desse modelo é a restrição progressiva dos direitos, até sua completa corrosão. Direitos não são mercadoria a ser negociada em balcões de negócios. O direito é uma instituição fundada no ser, uma construção coletiva, fruto de longas lutas sociais e históricas. O Estado é a única representação legítima da sociedade que, por meio do parlamento, transforma essa vontade coletiva em leis. Apenas ele tem a prerrogativa de garantir, por suas instâncias, que esses direitos se realizem livres dos interesses econômicos de particulares.
EU SOU TODOS: pensamentos e aforismos
Sou todos e não sou ninguém. Sou muitos e não sou nenhum.
quarta-feira, 6 de agosto de 2025
terça-feira, 22 de julho de 2025
A luta de classes atual
A dependência da classe trabalhadora em relação à burguesia, detentora do capital, é um dos pilares centrais da lógica capitalista. Para garantir a perpetuação desse domínio, a classe burguesa historicamente buscou institucionalizar essa dependência, moldando ou subvertendo leis e estruturas que impedem a emancipação da classe oprimida. Essa negação da autonomia manifesta-se na precarização da educação pública, na concentração de renda, na ausência de uma reforma agrária efetiva e na fragilização dos direitos trabalhistas.
Nesse contexto, os governos de esquerda, ao longo de sua atuação, têm proporcionado à classe trabalhadora oportunidades reais de mobilidade social, antes inimagináveis. Por meio de políticas públicas inclusivas e redistributivas, os trabalhadores passaram a acessar direitos fundamentais e a conquistar espaços historicamente negados.
Essa transformação ameaça diretamente os interesses da elite dominante, que se vê acuada diante da possibilidade de perder o controle sobre uma massa trabalhadora antes mantida em condição de dependência e subserviência. A reação da burguesia, portanto, é também uma tentativa desesperada de restaurar uma ordem em que sua hegemonia permaneça inquestionável.
domingo, 13 de abril de 2025
O sumo bem
Não acredito da irascibilidade do divino. Irascibilidade é uma qualidade humana. É antiga a ideia de projetar no divino as qualidades humanas. Não é preciso destruir o que o próprio humano destrói: a terra, a si mesmo e os outros. Deus é o sumo bem.
Arte e discurso ideológico
A arte sempre foi usada para difundir o discurso ideológico e ainda é, contemporaneamente mais do que nunca. Haja visto o conhecimento multidisciplinar que se construiu acerca da imagem e da arte no campo da intencionalidade e da recepção.
terça-feira, 18 de março de 2025
Neoacademicismo na arte visual
Um novo academicismo se projeta cada vez mais no sistema da arte. É arte dos doutores.
sexta-feira, 7 de março de 2025
Verdades e mentiras
Muitas verdades encobrem algumas mentiras. Muitas mentiras encobrem poucas verdades.
domingo, 19 de janeiro de 2025
Sobre amigos e jardins
Amigos e jardins se acabam na ilusão do acabado. Acaso algo viceja se não for bem cultivado? Jardins se refazem pelas mãos, amigos pelo encontro lado a lado.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
A relatividade do tempo da vida
O tempo é dilatado na infância. Quase tudo nessa fase é importante. Quase tudo fica na memória para a vida toda. Adulto, esquecemos do que vivemos como adultos. Por essa razão é que o tempo parece passar tão veloz. É que o tempo não é nada se nós não o inscrevermos em nossa memória através de experiências memoráveis.
domingo, 24 de novembro de 2024
Continuidades e descontinuidades
O ancestral saber revela que a vida é mesmo feita de continuidades e descontinuidades. Enquanto algumas coisas vão ficando pelo caminho, outras tantas continuam a nos acompanhar.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
O lugar da arte
Arte sempre foi um lugar de resistência, desde quando era mágica, religiosa. Em essência não mudou, pois sempre resistiu à morte. Além disso, hoje resiste à alienação, à padronização, à moral. Arte é uma arma pacífica de resistência, como flores que saem de fuzis.
terça-feira, 1 de outubro de 2024
domingo, 22 de setembro de 2024
Sobre ostentação
Ouvi dizer que a ostentação é coisa de pobre e que o rico não ostenta ou não costuma ostentar. Porém, de forma geral, essa não é a realidade. O pobre, quando alcança ascensão social pelo ganho financeiro, usa seu dinheiro para adquirir os bens que o rico ensinou a ele que deve ter para ter a aparência do rico e exibir seu sucesso. São os objetos de distinção de classe, entre ricos e pobres. Ora, o rico sempre ostentou e ostenta. Ele faz isso exibindo grifes de roupas, carros, imóveis. O que principalmente o rico gosta de ostentar é a seu séquito de pobres que dependem dele, ou seja, ostentar o poder de classe. A diferença entre a ostentação do podre e a do rico é puramente estética, de gosto. Pois o gosto também é uma forma de distinção social. São os gostos de classe que são transmitidos e ensinados. Esses gostos dos abastados não são ensinados ao sujeito periférico. Então quando o pobre ganha dinheiro, a referência estética que ele tem é diferente. O gosto por objetos de luxo e a forma como ele os exibe é diferente. Se o pobre ostenta grossos colares de ouro, o rico ostenta um belo relógio de ouro e diamantes. É um mito a ideia de que o rico não ostenta. É um mito dizer que ostentação é coisa de pobre. Ora, em um mundo capitalista devotado ao consumo, para que afinal serviria tanto dinheiro para os espíritos pobres senão para o consumo de artigos de luxo.