domingo, 22 de setembro de 2024

Sobre ostentação

Ouvi dizer que a ostentação é coisa de pobre e que o rico não ostenta ou não costuma ostentar. Porém, de forma geral, essa não é a realidade. O pobre, quando alcança ascensão social pelo ganho financeiro, usa seu dinheiro para adquirir os bens que o rico ensinou a ele que deve ter para ter a aparência do rico e exibir seu sucesso. São os objetos de distinção de classe, entre ricos e pobre. Ora, o rico sempre ostentou e ostenta. Ele faz isso exibindo grifes caras de roupas, relógios, automóveis, imóveis gigantescos com tantos cômodos que ele jamais utilizará. O que principalmente o rico gosta de ostentar é a seu séquito de pobres que dependem dele, ou seja, ostentar o poder de classe. A diferença entre a ostentação do podre e a do rico é puramente estética, de gosto. Pois o gosto também é uma forma de distinção social. São os gostos de classe que são transmitidos e ensinados. Esses gostos dos abastados não são ensinados ao sujeito periférico. Então quando o pobre ganha dinheiro, a referência estética que ele tem é diferente. O gosto por objetos de luxo e a forma como ele os exibe é diferente. Se o pobre ostenta grossos colares de ouro, o rico ostenta um belo relógio de ouro e diamantes. É um mito a ideia de que o rico não ostenta. É um mito dizer que ostentação é coisa de pobre. Ora, em um mundo capitalista devotado ao consumo, para que afinal serviria tanto dinheiro para os espíritos pobres senão para o consumo de artigos de luxo.

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