É preciso sempre lembrar: ao artista não cabe tão só o domínio técnico do instrumento (âmbito da prática) - o que é imprescindível em certos casos, embora não em todos- ou ele será apenas um técnico. É necessário criatividade composicional (âmbito da intuição). Todo ser humano é criativo, a criatividade lhe é inerente. Mas ela é no ser potência, sendo necessário exercitá-la, portanto - o que numa sociedade voltada para o trabalho e não para o labor, para a alienação e não para a integração, exige esforço hercúleo. E a criatividade prescinde desse museu de coisas vividas que cada um carrega dentro de si. Sendo assim, além da técnica e da criatividade, temos então o conhecimento (âmbito da razão, o que dá significado para a experiência) que advém da experiência única adquirida. Toda experiência é singular, mas a técnica e a criatividade é domínio de todos. Agora temos claro: a obra de arte se dá no encontro ou no entrelaçamento entre a domínio técnico, o exercício criativo e o conhecimento construído pela experiência. É o triângulo do dragão que contém em seu centro a obra de arte, produto da vontade.
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