No jogo da linguagem de E. A. Poe, o par de opositores "definido" e o "indefinido", carregam o sentido de "substância" e de "sombra", respectivamente. A sombra como fenômeno natural é produzida pela luz ao ter seu espectro de incidência interrompido por um objeto ou ser (substância) que, ao torná-lo visível, claro, produz sua sombra - o negativo desse objeto ou ser projetado em um meio. Como projeção, a sombra necessita desse meio para ser projetada. Precisa também de uma fonte de luz. A silhueta da sombra são os contornos da realidade. Naquilo que a sombra esconde, se revela. Por isso, nunca é ausência. A sombra se projeta contornada por uma aura de luz. Se a sombra existe, então existe luz. Não há sombra sem luz. A luz, por sua vez - é claro! -, independe da sombra para existir. Dito de outro modo, a luz existe sem a sombra, contudo a sombra não existe sem a luz. A dúvida sobrenatural é se a sombra pode se manifestar como substância.
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