Sigmund Freud interpreta os sonhos sobre o pressuposto de que existia um período pré-científico em que os sonhos eram interpretados como manifestações místicas, sobrenaturais. Guardado o que sabemos ser próprio e mesmo devido ao tempo histórico do autor, não se pode chamar de “período” o que é uma categoria de pensamento que sempre esteve presente na cultura. Também não chamaria de pré-científico pela mesma razão. A ciência é tão antiga quanto o pensamento racional e lógico manifestado na mente humana pela primeira vez. O pensamento científico não é, portanto, um advento — Freud deve ter se referido ao pensamento científico moderno. Ele ainda pertence a época de uma fé romântica na ciência, chamando de instruídos os que entendem o sonho como uma ato psíquico de quem sonha, como se não houvesse instrução em uma interpretação sobrenatural. O sonho como manifestação mística é algo que não se pode sistematizar em um método. Pois é a verdade revelada apenas para quem sonha, já que é para ele que o sobrenatural se manifesta. Nesse sentido é interpretação não universal, o que a separa da ciência. A verdade da experiência místico é absoluta e revelada sem pesquisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário